terça-feira, 29 de abril de 2025

Chernobyl - O desastre nuclear que mudou o mundo


Na madrugada de 26 de abril de 1986, o mundo testemunhou o maior acidente nuclear da história: a explosão do reator 4 da usina de Chernobyl, localizada na então República Socialista Soviética da Ucrânia. O que começou como um teste de segurança mal conduzido terminou em uma catástrofe ambiental e humana de proporções gigantescas.


O que aconteceu naquela noite?


Durante um experimento para avaliar a capacidade de resfriamento do reator em caso de queda de energia, operadores da usina desativaram sistemas de segurança fundamentais e tomaram decisões arriscadas. Isso causou uma reação em cadeia incontrolável. Às 1h23 da manhã, o reator 4 explodiu, lançando uma nuvem de radiação que atingiu não apenas a Ucrânia, mas também Belarus, Rússia e vários países da Europa.


As consequências imediatas


Dois trabalhadores morreram na hora da explosão. Nas semanas seguintes, cerca de 29 bombeiros e funcionários da usina faleceram devido à Síndrome Aguda da Radiação, muitos sem saberem ao certo o que estavam enfrentando. A cidade de Pripyat, onde viviam mais de 40 mil pessoas, foi evacuada 36 horas depois — tarde demais para evitar a contaminação de grande parte da população.


Impactos a longo prazo


Estima-se que centenas de milhares de pessoas foram expostas à radiação. O aumento nos casos de câncer de tireoide, especialmente entre crianças, foi significativo nas áreas afetadas. Além dos impactos na saúde humana, a natureza também sofreu: florestas inteiras morreram, animais foram afetados geneticamente e grandes áreas tornaram-se inabitáveis.


O legado de Chernobyl


Hoje, Chernobyl é um símbolo do risco da energia nuclear quando não é tratada com o devido cuidado. A zona de exclusão de 30 km ao redor da usina permanece desabitada, embora haja vida selvagem retornando à região. Em 2016, um novo sarcófago foi colocado sobre o reator destruído para conter vazamentos de radiação.


Apesar da tragédia, o acidente de Chernobyl também trouxe avanços. A segurança nuclear global foi revista e protocolos de emergência foram reforçados. O desastre serviu como um alerta para os perigos de negligência, falta de transparência e falhas na gestão de tecnologia de alto risco.


Chernobyl hoje: entre o abandono e a curiosidade


Curiosamente, Chernobyl tornou-se um destino turístico inusitado. Visitantes do mundo todo vão até lá para ver de perto os restos congelados no tempo de Pripyat, com suas ruas desertas e prédios cobertos pela natureza. Documentários, séries e livros continuam a explorar a história, mantendo viva a memória do que aconteceu.


O acidente de Chernobyl não foi apenas uma tragédia, mas também um marco na forma como a humanidade lida com o poder da tecnologia — e com os limites que não podem ser ultrapassados sem consequências.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

O que é a CNEN e qual sua importância para a Radiologia?

 

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), responsável por regular, fiscalizar e promover o uso seguro das tecnologias nucleares no Brasil. Criada em 1956, a CNEN atua em diversas áreas estratégicas como a medicina, a agricultura, a indústria e a produção de energia, sempre prezando pela proteção da saúde humana e do meio ambiente frente às radiações ionizantes.


No campo da Radiologia Médica, a CNEN desempenha um papel essencial ao estabelecer normas e diretrizes de segurança, além de fiscalizar a aplicação dessas normas nos serviços de diagnóstico por imagem, radioterapia e medicina nuclear. Um dos instrumentos regulatórios mais importantes nesse contexto é o Certificado de Supervisão de Proteção Radiológica.


Certificado de Supervisão de Proteção Radiológica


O SPR é emitido pela CNEN para profissionais qualificados que demonstram conhecimento técnico e legal suficiente para supervisionar as práticas que envolvem radiações ionizantes. Para obter esse certificado, o candidato deve atender a critérios rigorosos, como formação na área, experiência comprovada e aprovação em cursos específicos reconhecidos pela Comissão.


Esse certificado é exigido em diversas instalações radiológicas — especialmente em serviços de medicina nuclear, radioterapia e radiologia industrial — e tem como objetivo garantir que o uso das radiações seja feito de forma segura, com risco minimizado para os trabalhadores, pacientes e o ambiente.


A importância do profissional de Radiologia


O profissional de Radiologia Médica desempenha papel fundamental na área de proteção radiológica. Sua formação técnica e científica o capacita a operar equipamentos emissores de radiação com precisão e segurança, interpretar imagens e, principalmente, zelar pelo cumprimento das normas de radioproteção.


Quando esse profissional busca aprimoramento na área de Supervisão de Proteção Radiológica, ele amplia sua atuação, podendo ocupar cargos de liderança em serviços radiológicos e contribuir diretamente com a segurança operacional das práticas envolvendo radiação ionizante. Isso não apenas valoriza sua carreira, como também eleva o padrão dos serviços de saúde prestados à população.


Conclusão


A CNEN é peça-chave na regulamentação das atividades nucleares no Brasil e, por meio do SPR, garante que as práticas envolvendo radiação sejam conduzidas com responsabilidade. Profissionais da Radiologia que buscam essa certificação não apenas atendem a uma exigência legal, mas assumem um compromisso com a excelência e a segurança nos procedimentos que envolvem radiações. Trata-se de uma jornada de responsabilidade técnica, ética e social que fortalece toda a cadeia da saúde e da tecnologia nuclear no país.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

7 Curiosidades Fascinantes Sobre Wilhelm Conrad Röntgen

O descobridor dos Raios-X

Você já fez um Raios-X e se perguntou quem teve a brilhante ideia de criar essa tecnologia? 

Conheça Wilhelm Conrad Röntgen, o físico alemão que mudou a medicina — e o mundo — com sua descoberta dos Raios-X. 

Abaixo, listamos 7 curiosidades que vão te surpreender sobre esse gênio da ciência!


1. A descoberta foi um verdadeiro acaso

Em 1895, enquanto realizava experimentos com tubos de raios catódicos, Röntgen percebeu uma luminescência inesperada em uma tela coberta com platinocianeto de bário. Intrigado, ele cobriu o tubo com papelão preto, mas a tela continuava brilhando. Assim nasciam os "Raios-X", batizados provisoriamente com a letra X por serem... desconhecidos!


2. A primeira radiografia da história foi da mão de sua esposa

Poucos dias após a descoberta, Röntgen convenceu sua esposa, Bertha, a colocar a mão entre o tubo e uma chapa fotográfica. O resultado foi a primeira imagem de um esqueleto humano vivo da história — e também o primeiro anel de casamento visível por Raios-X!


3. Ele se recusou a patentear a descoberta

Röntgen acreditava que a descoberta deveria beneficiar toda a humanidade, e não gerar lucro pessoal. Por isso, jamais patenteou sua invenção. Graças a essa decisão, a tecnologia se espalhou rapidamente pelo mundo.


4. Ganhou o primeiro Prêmio Nobel de Física

Em 1901, Wilhelm Conrad Röntgen foi o primeiro laureado com o Prêmio Nobel de Física, em reconhecimento à sua descoberta dos Raios-X e sua importância para a ciência e a medicina.


5. Era considerado um homem reservado e modesto

Apesar da fama, Röntgen era conhecido por sua discrição. Evitava o estrelato e raramente concedia entrevistas. Seu foco era o laboratório — e não os holofotes.


6. Inicialmente, os raios-X eram usados como entretenimento

No início do século 20, antes que seus riscos fossem compreendidos, aparelhos de Raios-X eram exibidos em feiras e eventos sociais para mostrar o esqueleto das pessoas em tempo real — algo que hoje seria impensável sem proteção adequada.


7. Seu legado vive em cada sala de radiologia

Röntgen faleceu em 1923, mas seu impacto permanece em cada diagnóstico por imagem realizado até hoje. Em sua homenagem, a unidade de exposição à radiação foi batizada como “röntgen” (símbolo: R).