domingo, 28 de setembro de 2025

A Prática e a Importância da Radiologia Veterinária

 

A Radiologia Veterinária constitui um dos pilares fundamentais no diagnóstico por imagem aplicado à Medicina Veterinária contemporânea. Trata-se de uma área que, por meio da utilização de radiações ionizantes, possibilita a visualização de estruturas internas dos animais, permitindo uma análise anatômica e funcional não invasiva, de grande relevância clínica.


O exame radiográfico é amplamente empregado na detecção de fraturas, luxações, alterações articulares degenerativas, processos inflamatórios, neoplasias, distúrbios cardiorrespiratórios, alterações do trato gastrointestinal, presença de corpos estranhos, entre outras condições de alta prevalência na prática clínica. Tal recurso amplia a capacidade diagnóstica do médico-veterinário, fornecendo informações complementares ao exame físico e aos demais métodos laboratoriais.


Adicionalmente, a radiologia é ferramenta indispensável no acompanhamento terapêutico. O monitoramento radiográfico de fraturas em consolidação, de processos pós-cirúrgicos e da resposta a diferentes protocolos terapêuticos contribui para o estabelecimento de condutas mais seguras, assertivas e baseadas em evidências.


A aplicabilidade do método é abrangente, contemplando tanto animais de companhia quanto de produção e espécies silvestres, o que reforça sua versatilidade dentro da Medicina Veterinária. Com o advento da radiologia digital, observou-se um avanço significativo em termos de qualidade de imagem, agilidade na execução dos exames e redução da dose de exposição, aspectos que favorecem tanto o paciente quanto a equipe técnica.


Sob a perspectiva acadêmica e científica, a Radiologia Veterinária não deve ser considerada apenas como um método diagnóstico complementar, mas sim como uma disciplina estratégica na formação e prática do médico-veterinário. Ao proporcionar diagnósticos precoces, acurados e menos invasivos, consolida-se como recurso indispensável para a tomada de decisão clínica e cirúrgica, elevando o padrão de cuidado em saúde animal.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Cuidados Especiais para Mulheres na Radiologia Médica

 

A Radiologia Médica é uma área essencial no diagnóstico por imagem, que exige atenção redobrada quanto à proteção radiológica de todos os profissionais. No entanto, para as mulheres, especialmente durante a gestação, alguns cuidados adicionais são indispensáveis para garantir a segurança pessoal e do bebê.


Exposição Ocupacional e Normas de Proteção

As radiações ionizantes utilizadas em exames radiológicos podem trazer riscos à saúde caso não haja a devida proteção. A legislação brasileira, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e da Norma Regulamentadora NR-32, estabelece limites rigorosos de dose ocupacional e diretrizes específicas para trabalhadores expostos.


De forma geral, a dose efetiva anual para profissionais de Radiologia não deve ultrapassar 20 mSv em média, ao longo de cinco anos. Para gestantes, esse limite é ainda mais restritivo, a dose equivalente para o feto não pode ultrapassar 1 mSv durante toda a gestação.


Cuidados Especiais para Mulheres em Idade Reprodutiva

Uso adequado dos equipamentos de proteção individual (EPIs): o avental plumbífero, protetores de tireoide e óculos de proteção devem ser utilizados corretamente em todas as situações de risco.

Monitoramento individual: o uso do dosímetro é obrigatório, sendo importante que seja posicionado na altura do tronco, sob o avental, para melhor avaliação da dose recebida.

Educação continuada: manter-se atualizada quanto às normas de biossegurança e proteção radiológica é fundamental para reduzir riscos.


Atenção Redobrada Durante a Gestação

Quando a profissional comunica formalmente sua gestação ao serviço, a instituição tem a obrigação de adotar medidas de proteção específicas:


Readequação de atividades: sempre que possível, a gestante deve ser realocada para funções administrativas, de planejamento ou supervisão, minimizando sua exposição direta.

Restrição de áreas de risco: o acesso a setores com altas cargas de trabalho radiológico, como salas de fluoroscopia e hemodinâmica, deve ser evitado.

Monitoramento diferenciado: o dosímetro deve ser posicionado na região abdominal, sob o avental plumbífero, para estimar com precisão a dose recebida pelo feto.


Conclusão

A atuação das mulheres na Radiologia Médica é cada vez mais expressiva, trazendo contribuições valiosas à área da saúde. Entretanto, é fundamental que as instituições garantam ambientes de trabalho seguros, respeitando as normas de radioproteção e assegurando atenção especial às gestantes.


A proteção radiológica não é apenas uma exigência legal, mas um compromisso ético com a saúde da profissional, do bebê e da equipe como um todo.

sábado, 13 de setembro de 2025

Características Técnicas de uma Sala de Raios-X e sua Relevância na Proteção Radiológica

A sala de Raios-X é o ambiente projetado especificamente para abrigar equipamentos emissores de radiação ionizante. Sua concepção segue parâmetros normativos que garantem não apenas a qualidade dos exames de imagem, mas também a proteção radiológica dos pacientes, profissionais e do público em geral.


Requisitos construtivos e blindagem

Materiais de blindagem: As paredes, portas e janelas devem possuir equivalência de atenuação calculada em milímetros de chumbo (mmPb). Em muitos casos, utiliza-se o chumbo metálico em chapas, mas também podem ser aplicados revestimentos como argamassa baritada ou vidros plumbíferos.

Cálculo de barreiras: O dimensionamento da blindagem é realizado com base em parâmetros como carga de trabalho (mA·min/semana), uso da área adjacente, fator de ocupação, distância foco-barreira e fator de uso do feixe. Esses cálculos asseguram que as doses fora da sala estejam dentro dos limites estabelecidos pela CNEN NN 3.01 e pelas normas da ANVISA (RDC 330/2019 e RDC 611/2022).

Porta de acesso: Deve conter folha plumbífera ou equivalente, com sinalização de advertência de radiação ionizante visível externamente.


Layout e compartimentação

Sala de exame: Espaço destinado ao paciente e ao equipamento radiográfico. O dimensionamento deve permitir movimentação segura, posicionamento correto e utilização de acessórios (grades, suportes, mesas basculantes, etc.).

Sala de comando: Local protegido por barreira secundária, geralmente com janela de vidro plumbífero, de onde o Técnico em Radiologia aciona o equipamento. O comando deve estar posicionado de forma a manter contato visual direto com o paciente.

Sistema elétrico e aterramento: A instalação deve contemplar rede elétrica estabilizada, aterramento adequado e dispositivos de proteção contra sobrecarga, garantindo segurança operacional e estabilidade do equipamento.


Condições ambientais

Ventilação e climatização: Sistemas adequados evitam superaquecimento do equipamento e asseguram conforto ao paciente.

Iluminação: Deve ser homogênea e suficiente para posicionamento e preparo, sem prejudicar a leitura de comandos digitais.

Acabamentos: Pisos e paredes com superfícies lisas e laváveis, visando à biossegurança e à fácil higienização.


Importância para a proteção radiológica

1. Minimização de exposição ocupacional: O planejamento estrutural garante que o profissional não esteja exposto diretamente ao feixe primário ou secundário, atendendo ao princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable).

2. Redução de doses em áreas adjacentes: A blindagem adequada evita que radiações de fuga atinjam trabalhadores de outros setores ou o público.

3. Qualidade de imagem e repetição de exames: O ambiente projetado de forma correta favorece a operação estável do equipamento, reduzindo a necessidade de repetições e, consequentemente, a dose no paciente.

4. Conformidade legal e auditorias: O cumprimento das normas da CNEN e da ANVISA é requisito obrigatório em auditorias sanitárias e processos de licenciamento.


Conclusão

A sala de Raios-X é resultado de cálculos radiométricos, normas de engenharia e princípios de radioproteção. Sua concepção adequada não apenas garante segurança, mas também assegura qualidade diagnóstica e conformidade regulatória, consolidando-se como um pilar essencial na prática da Radiologia Médica.